num rasgo de lucidez, percebi.
chegar de viagem e despejar as fotografias no computador sem olhar para elas não é mau ou desleixo.
a real utilidade das fotografias é aquecer. voltar a elas quando a memória esfriou ou amornou.
neste momento a minha está quentinha, observa o contraste, cheira uma mistura de incenso, ouve o murmúrio das orações e sente o peso da História.
Cidade antiga de Jerusalém, Israel
março, 2015
Que maravilha de fotos. Deve ter sido uma viagem fantástica!
ResponderEliminarObrigada Ava! Foi uma viagem muito intensa e que guardo com muito carinho.
EliminarGostava de voltar, mas num ritmo mais lento. :)
Belíssimas fotos, adorei!
ResponderEliminarObrigada Marta!
Eliminarbeijinho beijinho.
E estão tão bonitas, as fotografias! Outras vidas, outras culturas... adoro viajar contigo!
ResponderEliminarBeijinho Mafalda
:) ahahah! Cláudia, também se viaja muito bem contigo! ;)
Eliminarbeijinho beijinho
Ohhh Obrigada pelo carinho ❤
EliminarBeijinho e um bom final de semana ;)
Ando para escrever aqui há dias. E não foi por falta de tempo ou por aquela conversa fácil associada a isso do tempo. Tem que ver com o facto de recear que as palavras perturbem, que não digam o suficiente. Creio que é por aí.
ResponderEliminarEsta é uma das minhas geografias míticas. Durante anos, quis ser arqueóloga. Passava as férias de Verão em escavações e terminava os dias cansada e a ter de tomar dois banhos para tirar a terra do corpo. Adorava ver as camadas de tempo, à medida que a escavação avançava. As histórias debaixo de terra. Os vestígios possíveis de vidas que respiraram como eu. Guardo boas memórias desse tempo e não sinto (estranhamente) nostalgia de não ser a arqueóloga dos meus sonhos de criança e de adolescente. Mas lamento tanto ainda não ter ido ao Cairo e a Damasco e a Istambul e a Jerusalém. E a tantas geografias tidas como perigosas. A distância maior entre nós e os sítios é essa, creio. O medo. Não sei quando é que será possível. Damasco, muito especialmente e pelo óbvio.
Seja o que for, fui a Jerusalém um bocadinho. Aqui. Gostei muito de todas as tuas fotografias. Mas muito da dos jarros de água e das mãos lá longe. Obrigada por isso. Deixas aqui os sítios de uma maneira muito bonita, muito limpa. E isso é raro.
Um beijo.
Mar
Obrigada doce Mar ❥
EliminarNunca tinha pensado que a distância maior entre nós e os sítios é o medo. Mas há muita verdade nisso. Diria até que o medo é o maior balizador das nossas vidas. Alonga distâncias, perturba decisões. Na maior parte das vezes não nos apercebemos disso, e ainda bem. Quando viajei até ao Egito fui com total descontração Mas quando me preparava para sair em direção a Israel tive receio. Curiosamente quando a viagem de autocarro começou esse receio desapareceu, mesmo com todo o aparato de homens armados que supostamente nos defenderiam de raptos nas montanhas do Sinai. Depois de se tomar uma decisão, a curiosidade pode ser bem mais forte do que o medo. E ainda bem.
Mas confesso que hoje não iria com a mesma leveza. Malvadas as pessoas perigosas que nos afastam destas geografias. Que aumentam distâncias.
Obrigada por viajares comigo.
beijinho beijinho.